O Brasil já registra a infecção simultânea por dois vírus causadores da Aids, o HIV-1 e o HIV-2, em um mesmo paciente. A descoberta foi feita por pesquisadores da Fiocruz, no Rio, e pode trazer efeitos ao tratamento dos soropositivos. Segundo a Fiocruiz, há 15 casos de "coinfecção".
Os dois vírus têm origens e histórico de evolução diferentes. O HIV-2 tem evolução mais lenta para doenças relacionadas à imunodeficiência e também há evidências de que a transmissão vertical (de mãe para filho) é menor.
Essas características transformaram o tipo 1 do HIV em um vírus muito mais presente entre os soropositivos. Segundo a OMS, dos 34 milhões de infectados no mundo, 2 milhões têm o tipo 2 do HIV.
No Brasil, o tratamento é universal e pago pelo governo. O problema, segundo os pesquisadores, é que os antirretrovirais usados não têm a mesma perfomance contra as duas variações do HIV. Com isso, uma pessoa com "coinfecção" pode até ter os sintomas controlados, mas alguns de seus marcadores de imunidade podem continuar baixos, levando os médicos a achar, de forma errada, que esse paciente é resistente ao tratamento. O ideal, dizem os pesquisadores, é mapear os soropositivos e oferecer um tratamento específico.
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