quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Frutas e verduras reduzem risco de câncer de pulmão em fumantes


Pesquisadores dizem que não fumar continua como o único meio eficaz de evitar tumores

Comer frutas e verduras variadas pode reduzir os riscos de contrair alguns tipos de câncer de pulmão em fumantes, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (30) nos Estados Unidos.

H. Bas Bueno-de-Mesquita, do Instituto de Saúde Pública da Holanda, diz que, "apesar de parar de fumar ser a atitude preventiva mais importante para se reduzir os riscos de contrair câncer de pulmão, consumir uma mistura de vários tipos de frutas e vegetais também pode diminuir o risco, independentemente da quantidade, especialmente entre os fumantes".

O estudo, publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, da associação americana de pesquisas sobre o câncer, foi realizado com 1.600 pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão. Os cientistas informaram que a variedade de frutas e vegetais parece ser mais importante do que a quantidade. Eles estudaram 14 frutas de consumo comum e 26 vegetais frescos, enlatados ou desidratados.

O risco de desenvolver células cancerosas caiu substancialmente quando ingerida uma grande variedade de frutas e vegetais. Enquanto pesquisas anteriores revelaram a importância de se ingerir esses alimentos em quantidade suficiente para reduzir os riscos de desenvolver câncer, Stephen Hecht - integrante do conselho editorial da Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention - diz que esse é um dos primeiros trabalhos a avaliar a diversidade, mais que a quantidade, do consumo.

- Os resultados são muito interessantes e indicam um efeito de proteção para os fumantes. Ainda há mais de 1 bilhão de fumantes no mundo e muitos são dependentes de nicotina e não conseguem abandonar o vício apesar de seus esforços.

Hecht explicou que a fumaça do cigarro contém uma mistura complexa de substâncias que causam câncer, razão pela qual se faz necessário uma combinação de agentes protetores com efeitos benéficos para reduzir os riscos de se contrair câncer de pulmão.

- No entanto, o público deveria ser consciente e ser lembrado de que a única forma comprovada de reduzir os riscos de câncer de pulmão é evitar o tabaco em todas as suas formas.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

RT-PCR (Reação em cadeia da Polimerase via Transcriptase Reversa)


RT-PCR é uma reação da transcriptase reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase . Não utiliza o DNA de cadeia dupla como molde e sim RNA de cadeia simples. A partir do RNA, a enzima transcriptase reversa sintetiza uma cadeia de DNA complementar (chamado agora de cDNA). Ao cDNA aplica-se a técnica de PCR.
É necessária ligação ao RNA e a ligação da transcriptase reversa a uma "cadeia" de poli T, pois sempre ao final da cadeia de mRNA existe uma "cauda" de poli A.
A técnica de RT-PCR é amplamente utilizada para verificar a expressão gênica, uma vez que analisa o RNA responsável pela síntese de proteínas. Se há uma proteína específica, é porque há DNA sendo expresso e originando mRNA para tal proteína. A expressão para produção de diferentes proteínas varia conforme a localização da célula dentro do organismo: células cardíacas expressam proteínas diferentes de células musculares, por exemplo.
As técnicas de real-time PCR podem ser abreviadas como RTQ-PCR, Q-PCR ou qPCR. Real-time reverse-transcription PCR frequentemente abrevia-se por qRT-PCR, RRT-PCR ou RT-rt PCR. O acrônimo RT-PCR refere-se geralmente a reverse-transcription PCR e não à real-time PCR.

Especialistas contestam uso de álcool em gel para prevenção do H1N1


Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que o hábito de usar álcool gel para lavar as mãos - difundido durante a pandemia de gripe suína (H1N1) no ano passado -, não é suficiente para proteger contra o vírus da doença ou de resfriados.

Apresentado em Boston durante a Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy (em português, "conferência intercientífica sobre agentes antimicrobianos e quimioterapia"), o trabalho foi orientado por Ronald Turner, da Universidade de Virginia.

Durante a pesquisa, 12 de cada 100 participantes que lavou as mãos com o álcool em gel adquiriram o vírus H1N1. Por outro lado, 15% daqueles que não o utilizaram contraíram a doença. "Os resultados deste estudo sugerem que a transmissão pelas mãos é talvez menos importante para a propagação do rinovírus do que se acreditava", afirmam os autores.

domingo, 12 de setembro de 2010

Cinco fatores de risco provocam 15 milhões de mortes no mundo


Existem 24 fatores ambientais, comportamentais e fisiológicos que afetam a saúde. Destes, apenas cinco - desnutrição infantil, práticas sexuais de risco, consumo de álcool, hipertensão arterial e falta de água potável, saneamento básico e higiene - são responsáveis por 15 milhões de mortes, a quarta parte das 60 milhões que ocorrem a cada ano no mundo.

Caso esses fatorem fossem controlados, a expectativa de vida da população poderia aumentar em até 15 anos. Esta é a conclusão do relatório "Fatores de riscos globais" (Global Health Risks, em inglês), da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em outubro.
"Mais de 1/3 do total de mortes de crianças ocorrem por causa de desnutrição ou amamentação inadequada", disse o coordenador do programa da OMS sobre mortalidade e morbidade, Colin Mathers.

Oito dos fatores de risco são responsáveis por mais de 75% dos casos de doenças coronarianas, a principal causa de morte em escala mundial. São o consumo de álcool, hiperglicemia, tabagismo, hipertensão arterial, índice de massa corporal elevado, hipercolesterolemia, baixa ingestão de frutas e verduras e sedentarismo. A maioria desses é registrada nos países em desenvolvimento.

"Compreender a importância relativa dos fatores de risco para a saúde pode ajudar os governos a configurar suas políticas sanitárias", acrescenta Mathers. "Em muitos países existe uma mistura complexa de fatores de risco."

Outras conclusões da OMS
- Nove riscos ambientais e comportamentais são responsáveis por 45% da mortalidade por câncer em todo o mundo.
- Em escala mundial, o excesso de peso e a obesidade causam mais mortes do que a desnutrição.
- Ambientes insalubres e perigosos são responsáveis por 25% da mortalidade infantil.
- O tabagismo provoca 71% das mortes por câncer de pulmão.
- Nos países em desenvolvimento, diversas carências nutricionais facilmente remediáveis são a causa de 1 morte em cada 38 crianças antes de completar cinco anos.
- Os dez principais riscos que podem ser evitados reduzem a esperança de vida em quase sete anos em escala mundial, e em mais de dez anos na África.

Mais informações: Global Health Risks (www.who.int)


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brasil já tem infecção simultânea por HIV 1 e 2


O Brasil já registra a infecção simultânea por dois vírus causadores da Aids, o HIV-1 e o HIV-2, em um mesmo paciente. A descoberta foi feita por pesquisadores da Fiocruz, no Rio, e pode trazer efeitos ao tratamento dos soropositivos. Segundo a Fiocruiz, há 15 casos de "coinfecção".

Os dois vírus têm origens e histórico de evolução diferentes. O HIV-2 tem evolução mais lenta para doenças relacionadas à imunodeficiência e também há evidências de que a transmissão vertical (de mãe para filho) é menor.

Essas características transformaram o tipo 1 do HIV em um vírus muito mais presente entre os soropositivos. Segundo a OMS, dos 34 milhões de infectados no mundo, 2 milhões têm o tipo 2 do HIV.

No Brasil, o tratamento é universal e pago pelo governo. O problema, segundo os pesquisadores, é que os antirretrovirais usados não têm a mesma perfomance contra as duas variações do HIV. Com isso, uma pessoa com "coinfecção" pode até ter os sintomas controlados, mas alguns de seus marcadores de imunidade podem continuar baixos, levando os médicos a achar, de forma errada, que esse paciente é resistente ao tratamento. O ideal, dizem os pesquisadores, é mapear os soropositivos e oferecer um tratamento específico.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Bactérias "altruístas" protegem outras contra medicamentos


Dentro de uma população de bactérias, algumas que tenham resistência a drogas antibacterianas podem criar uma substância que protege a todas, diz estudo publicado na revista Nature realizado por cientistas da Universidade de Boston, Estados Unidos.

Com a descoberta, é possível que surjam novas maneiras de combate às bactérias. Um dos maiores objetivos de pesquisadores dessa área é entender como esses organismos podem resistir a antibióticos.

O estudo observou uma bactéria chamada E. Coli, que pode causar doenças em humanos e é resistente às drogas. E foi descoberto que ela produz uma substância chamada indol e a divide com as mais fracas bactérias do grupo.

A descoberta foi acidental. No começo, os cientistas estavam estudando a E.Coli para ver que mutações genéticas tornavam-na resistente a antibióticos. Surpreendentemente, segundo os próprios cientistas, observaram que a bateria produzia a substância.

A partir desta descoberta, perceberam que a produção de indol não diminuía a resistência da própria bactéria produtora para as drogas antibacterianas. Porém, passa a ter menos condições de reprodução e crescem mais lentamente do que as bactérias que receberam o fortalecimento.

Os cientistas estão chamando esta descoberta de "o primeiro caso de altruísmo de bactérias na história", segundo declaração de Hyun Youk, biofísico da universidade.

domingo, 5 de setembro de 2010

Dezenove estados correm risco alto de enfrentar uma epidemia de dengue


Ministério antecipa em 45 dias ações de combate ao Aedes aegypti

As projeções do Ministério da Saúde para o combate à dengue a partir do próximo verão se mostraram tão alarmantes a ponto de o chefe da pasta, José Gomes Temporão, antecipar em 45 dias o anúncio das ações de prevenção contra a doença, além de ressaltar que as medidas serão intensificadas com o objetivo de que a previsão dos especialistas não se concretize. De acordo com dados divulgados ontem, 19 estados brasileiros correm risco alto ou muito alto de enfrentar uma epidemia. O plano de metas, batizado de Risco Dengue, inclui cinco tópicos: densidade populacional, incidência de casos nos anos anteriores, índices de infestação pelo mosquito transmissor da doença, os tipos de vírus da dengue em circulação, dados sobre abastecimento de água e coleta de lixo.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fala sobre o combate à dengue

Temporão ressaltou que a grande preocupação do governo é combater o Aedes aegypti, mosquito vetor para a dengue. Se os resultados planejados não forem cumpridos, ainda segundo o ministro, a situação será preocupante. “No Brasil, 70% dos casos de dengue concentram-se entre janeiro e maio, período de muito calor e chuva. Por isso, estamos alertando todo o Sistema Único de Saúde (SUS) com quatro meses de antecedência, para que as ações sejam iniciadas logo”, afirmou o ministro da Saúde.

Pacientes

Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe são os estados considerados de risco muito alto. As unidades da Federação classificadas como de risco alto são Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins. Nos critérios do Ministério da Saúde, o Distrito Federal apresenta risco moderado de passar por uma epidemia. O único estado onde a dengue só foi identificada em pacientes que pegaram a vírus em outras localidades foi Santa Catarina.

INDENIZAÇÃO PARA OS ISOLADOS POR HANSENÍASE

Um grupo de trabalho formado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelos ministérios da Saúde, da Previdência Social e do Desenvolvimento Social, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos, vai estudar o pagamento de indenização a filhos de ex-portadores de hanseníase que foram separados dos pais por causa do isolamento compulsório dos doentes entre 1923 e 1986. O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) entregou à Presidência da República um cadastro com 4 mil nomes de pessoas que teriam sido separadas das mães logo após o nascimento ou que perderam o contato com os pais porque estes tiveram de sair compulsoriamente da própria casa após o diagnóstico da doença.

“Essas pessoas foram esquecidas e não tiveram auxílio do Estado”, afirmou Artur Custódio Moreira de Sousa, coordenador nacional do Morhan. O Morhan quer que o Estado pague indenização única aos filhos de ex-portadores de hanseníase e estude a manutenção da pensão mensal para os casos de pessoas que apresentam problemas de saúde decorrentes do isolamento.