domingo, 29 de agosto de 2010

Mycobacterium tuberculosis usa camuflagem


O Mycobacterium tuberculosis (MTb) tem uma grande capacidade de se disfarçar para não ser identificado pelo sistema imunológico do hospedeiro e manter-se ativo por décadas. Esse mecanismo é alvo de uma pesquisa feita no Instituto Nacional de Pesquisas Médicas - MRC (www.nimr.mrc.ac.uk), em Londres, Reino Unido.

Assim como ocorre com outras bactérias patogênicas, o MTb produz minúsculas moléculas - chamadas de pequenos RNAs - que podem assumir a produção dos componentes da molécula principal, quando identificam ameaças do sistema imunológico. Este comportamento ajuda a preservar o patógeno e permitir que ele se prolifere nos tecidos dos pulmões.

Esse comportamento já é conhecido em outras bactérias patogênicas como Salmonella spp, Staphylococcus aureus e Vibrio cholerae.

"Acreditamos que os pequenos RNAs sejam uma peça chave para permitir que o MTb modifique sua expressão genética em resposta ao que ocorre à sua volta durante o processo de infecção no hospedeiro", explica Kristine Arnvig, que lidera a pesquisa.

Para ela, a compreensão desse sistema regulatório vai ajudar a desenvolver novas drogas que ataquem especificamente a capacidade do MTb de esconder-se do sistema imunológico e resistir aos tratamentos já existentes.

sábado, 28 de agosto de 2010

Ataque Cardíaco

Colesterol LDL - HDL - Aterosclerose

Veneno de abelha diminui dor causada pela artrite


Efeito está associado à liberação de cortisol durante a picada

A crença popular que diz que pessoas que sofrem de artrite sentem melhoras nos sintomas da artrite ao serem picadas por abelhas foi levada a sério por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) que estudou a reação em animais.

A pesquisa mostrou que a diminuição da dor causada pela artrite está associada a um cortisol chamado glicocorticoide, segundo a médica Izabella Cordeiro Freire Saad Rached, autora da tese de doutorado Efeito do veneno de abelha na artrite induzida por antígeno em coelhos, apresentada à Faculdade de Medicina da universidade.

- É uma substância endógena, ou seja, que o próprio corpo produz, cuja quantidade aumenta para diminuir as inflamações.

No entanto, uma das dificuldades do trabalho foi conseguir descobrir a dosagem certa de veneno de abelha para ser utilizada no tratamento. Somente depois de muitas tentativas é que se chegou à dosagem de 1,5 micrograma de veneno de abelha por quilo. Essa dosagem deveria ser aplicada uma vez ao dia para, assim, apresentar ação anti-inflamatória durante o período de análise.

Para fazer o tratamento, a médica utilizou o caminho inverso. Após descobrir a dosagem correta, ela aplicou o veneno embaixo da pele do animal para induzir a artrite. Dessa forma era possível observar passo a passo a ação do glicocorticoide.

Para a surpresa da pesquisadora, foi constatado que os altos níveis de glicocorticoide na corrente sanguínea dos coelhos conseguiram atenuar a inflamação provocada pela artrite.

- A inflamação causada pelo veneno de abelha aumentou o nível do glicocorticoide endógeno e fez com que a artrite, exercendo o papel de segunda inflamação, perdesse força quando em sua atuação. Isso mostra que o veneno de abelha pode servir como tratamento preventivo contra a doença.

Ao bloquear a ação do glicocorticoide, os coelhos não apresentaram melhora da artrite, comprovando a importância do cortisol no tratamento.

Câncer é a doença mais cara do mundo

De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, o custo econômico foi de US$ 895 bilhões em 2008. Os problemas cardíacos vêm em 2º lugar

O câncer, além de ser a principal causa de morte do mundo, é também a doença mais cara, segundo estudo da Sociedade Americana de Câncer. De acordo com o relatório, os gastos com câncer em produtividade e perda de vidas superam os de aids, malária, gripe e outras doenças contagiosas.

Doenças crônicas, como câncer, diabete e cardíacas representam mais de 60% das mortes no mundo. No entanto, menos de 3% de ajuda pública e privada vai para a saúde global.

O relatório constatou que o custo econômico do câncer em 2008 foi de US$ 895 bilhões (R$ 1,5 trilhão), o equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O câncer de pulmão e relacionados respondem por US$ 180 bilhões desse total. As doenças cardíacas vêm em segundo lugar, com um impacto econômico de US$ 753 bilhões (R$ 1,3 trilhão). O valor só abrange a questão da incapacidade física e os anos de vida perdidos - não o gasto com tratamentos, que não foi abordado no texto.

"O dinheiro não deve ser retirado do combate a doenças contagiosas, mas o montante atribuído ao câncer está longe do impacto que o problema tem", disse o diretor médico da Sociedade Americana de Câncer, Otis Brawley.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) previu que o câncer ultrapassaria, em 2010, as doenças cardíacas como a principal causa de morte no mundo. Cerca de 7,6 milhões de pessoas morreram de câncer em 2008, e cerca de 12,4 milhões de novos casos são diagnosticados a cada ano.

O consumo de cigarro e a obesidade estão contribuindo para um aumento nas doenças crônicas, enquanto vacinas e melhores tratamentos levam à queda de algumas doenças infecciosas.

Devido à inúmeras reivindicações, a Assembleia Geral das Nações Unidas concordou em fazer uma reunião anual a partir de 2010 sobre o tema. Especialistas em políticas públicas comparam essa tentativa à iniciativa global que levou a um grande aumento nos gastos com a aids há quase uma década.

O relatório da Sociedade Americana de Câncer foi elaborado com base no guia para sobreviventes de câncer Livestrong, da Fundação Lance Armstrong.

Os pesquisadores usaram relatórios sobre morte e incapacidade física da OMS, além de dados econômicos do Banco Mundial. Eles calcularam os anos de vida que a doença tira da capacidade produtiva das pessoas.

*Com informações da Associated Press

Diabetes tipo 2 aumenta risco de desenvolver sinais no cérebro associados ao Alzheimer


Pré-diabéticos também têm mais chances de desenvolver os danos cerebrais. Pessoas com resistência à insulina e que têm diabetes tipo 2 correm mais risco de desenvolver placas no cérebro que estão associadas à doença de Alzheimer, segundo uma pesquisa publicada no jornal da Academia Americana de Neurologia (American Academy of Neurology). A resistência à insulina, considerada um estágio pré-diabetes, ocorre quando o hormônio, que é produzido pelo pâncreas, torna-se menos eficaz na sua função de fazer com que a glicose (açúcar) entre nas células. O autor do estudo Kensuke Sasaki, da Universidade de Kyushu, em Fukuoka, no Japão, pede atenção a relação das doenças - diabetes tipo 2 e doença de Alzheimer - por estarem crescendo em níveis alarmantes em todo o mundo. O estudo analisou 135 pessoas com uma idade média de 67 anos. Os participantes tinham diabetes e fizeram vários testes de glicose para medir os níveis de açúcar no sangue. Eles também foram monitorados quanto à probabilidade de ter os sintomas da doença de Alzheimer nos próximos dez a 15 anos. Durante esse tempo, 16% desenvolveram Alzheimer. Depois da morte dos participantes, os investigadores examinaram seus cérebros por meio de autópsia para notar os sinais físicos do mal de Alzheimer, chamados de placas. Enquanto 16% tiveram os sintomas da doença de Alzheimer, enquanto vivos 65% tinham placas. O estudo descobriu que as pessoas que tiveram resultados anormais em três testes de controle de açúcar no sangue tinham um risco maior de desenvolver placas. As chapas foram encontradas em 72% das pessoas com resistência à insulina e em 62% das pessoas com qualquer indício de resistência ao hormônio. No entanto, o estudo não encontrou uma ligação entre os fatores de diabetes e as placas no cérebro. - Mais estudos são necessários para determinar se a resistência à insulina é uma das causas do desenvolvimento dessas placas. Mas é possível que o controle ou prevenção do diabetes ajude a prevenir a doença de Alzheimer.